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Pergunta sobre Transtornos Do Comportamento Infantil

Tenho um filho com 11 anos que tem mau comportamento escolar, desde a primária que ele não consegue estar nas aulas quieto e calado. Na altura da primária ele foi avaliado por uma psicóloga para despiste de Hiperactividade ou algo parecido (já que a professora na altura me "aconselhou" a pedir ao médico de família aqueles comprimidos para acalmar as crianças, que eu devia dar só durante a semana para ele se concentrar nas aulas, e eu resolvi então levá-lo a ser avaliado por um psicólogo para ver se de facto o meu filho tinha algum problema de concentração que precisasse de tratamento e não de medicação).

Entretanto como eu cheguei com um diagnóstico de criança com comportamentos e níveis de concentração normal sem necessidade de terapias ou medicação, a solução encontrada pela professora foi de cada vez que ele começava a perturbar as aulas mandá-lo ir ao recreio dar uma volta e voltar quando estivesse mais calmo.

Chegamos ao 5º ano e o problema manteve-se, com múltiplas faltas de comportamento, de TPCs e material, etc... Em casa tentámos sempre corrigir e levá-lo a ver que tinha de comportar bem na escola, aplicamos castigos de não ter telemóvel ou computador, não ver televisão e como pratica futebol, ir aos treinos mas não ir aos jogos. Comecei a fazer a mochila com ele de manhã para não haver faltas de material. Perdia casacos, carteiras, material escolar com uma facilidade tal que cheguei a pensar se não estaria a ser vitima de bullying na escola, mas não era, era mesmo ele que perdia as coisas...

Começamos o 6º ano com algumas melhorias, toma muito mais atenção às coisas deles, não ter perdido casacos nem a carteira (pelo menos não tantas vezes como no 5ºano), Está com mais atenção aos TPCs e poucas faltas tem tido (comparativamente com o ano passado). Mas o comportamento não está melhorar... Já o trocamos de turma para ver se com novos amigos ele conseguia estabilizar um bocado, foi bom durante 1 mês mas está tudo a voltar ao que era.
Perguntei às catequistas e aos treinadores de futebol se ele tinha comportamentos desenquadrados e era mal educado com eles, todos me disseram que não, que ele é irrequieto e falador mas que quando o chamam à atenção ele aceita e corrige, uns minutos mais tarde volta a falar mas aceita os correctivos e não é mal educado. Em casa e socialmente com familiares e amigos ele tem um comportamento normal e nunca faltou ao respeito a ninguém. Todo o seu mau comportamento se resume à escola. Haverá alguma justificação para isto ? Precisa o meu filho de alguma terapia ? Estamos a ficar sem ideias para o tentar corrigir. Temos outro filho mais velho com agora 17 anos com o qual tivemos os desafios normais da educação de uma criança/jovem, mas com o mais novo não estamos a conseguir, estamos a dar o nosso melhor, falamos com ele, ele admite que o comportamento foi errado mas volta a fazer o mesmo...

Olá cara mãe, nada é fácil na educação dos filhos, e se algum pai ou mãe lhe disser que nunca teve problemas então acredito que não esteja suficientemente atento/a aos seus filhos, e isto indendentemente de ter ou não hiperactividade. A educação (no caso: maternidade/paternidade) é um desafio que nos faz confrontar enquanto pais, com algumas questões nossas que poderão ter ficado por trabalhar (do passado). A HADA (Hiperactividade com défice de atenção) não é falta de concentração por falta de empenho ou um comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais. Pedir a uma criança Hiperativa que se concentre é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa. Porém, muitas vezes as famílias de crianças com PHDA manifestam elas próprias dificuldades em gerir as suas emoções, pelo que têm dificuldades em ensinar aos filhos como fazê-lo adequadamente.
Punir ou castigar uma criança com hiperactividade é como castigar um coxo por coxear, simplesmente não faz sentido. Acredito que com a ajuda de um psicólog/a a vossa família encontrará um rumo eficaz. Sugiro que passem tempo com o vosso filhos, que não façam comparações com o irmão, nunca se esqueça de lhe dizer o quanto o ama, e de abraçá-lo várias vezes por dia. Um abraço pode resolver mais situações do que pensa, reforça o sistema imunitário e promove um maior vínculo entre si e a criança. Assegure-lhe que tudo vai correr bem, pois é em vocês que ele se apoia e confia. Felicidades.

 Sandra Narchial Franco

Boa noite, já há muitos anos (mais de 10) que sofro com depressão, ansiedade e quando fiz 18 anos foi-me diagnosticado Transtorno de Personalidade Borderline. Desde os meus 17 anos que não consigo fazer quase nada: desisti dos estudos, não consigo manter um trabalho e passo os dias em casa, muitas das vezes sem conseguir sequer sair da cama para fazer o que quer que seja. Estou farta de estar assim, por vezes tenho crises em que não consigo parar de chorar, sinto muita raiva e tenho pensamentos suicidas. Tomo medicação, já passei por vários psicólogos, psiquiatras e até hipnoterapeutas e nada ajudou, principalmente porque acabo por sentir ansiedade e desisto das consultas, assim como aconteceu com os estudos e trabalho. Não consigo mais viver assim, pensei que uma boa opção seria o internamento pois assim teria horários (coisa que não tenho), terapia que não podia deixar de frequentar como tem vindo a acontecer. Penso que uma intervenção mais intensiva pudesse levar a melhoras. Tenho medo que qualquer médico/psicólogo vá dizer-me que não e eu vou continuar como já estou para sempre. Como devo proceder em relação a isto do internamento? Devo falar com que tipo de profissional de saúde?

Minha cara, ao desistir das consultas está a desistir de se comprometer consigo mesma.
Embora lhe pareça mais fácil ter "alguém" externo a si, que garanta o cumprimento de um programa (o tal internamento que sugere), o que é certo é que seria mais um passo na direcção contrária à que deve (a meu ver) ser tomada.
Pense nisso. Leve a sério o seu sofrimento e não desista. Comece por aí. O resto vem com pequenos passos.

 Sandra Narchial Franco
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