Transtornos do Comportamento Infantil

4 respostas
Tenho um filho com 11 anos, com imensa dificuldade de concentração e atenção, tendo baixo rendimento escolar. Ultimamente aparenta tristeza constante, irritabilidade, impaciência e queixa-se que não é como os outros meninos, começa a recusar-se a participar em atividades que antes gostava. Foi diagnosticado com epilepsia tipo ausências com 5 anos, medicado e controlado e fez desmame da medicação recentemente. Poderá ter algum tipo de depressão?
A epilepsia em alguns doentes pode ser comórbida (em associação) com Perturbação de hiperatividade/défice de atenção. Algumas medicações utilizadas para tratamento da epilepsia podem ter como efeito lateral sintomas como o défice de atenção. Os sintomas depressivos (tristeza e irritabilidade) podem sintomas de uma Perturbação de Ajustamento com humor depressivo. Aconselho que seja observado numa consulta de Pedopsiquiatria.
As dificuldades escolares podem ter relação com a atenção e concentração, com dificuldades globais ou específicas na aprendizagem que devem ser avaliadas a nível Pedopsiquiatrico e neuropsicologico. De facto tanto a epilepsia quanto a medicação para a mesma podem contribuir para estas dificuldades.
A tristeza, irritabilidade podem corresponder a perturbação emocional que pode ou não estar relacionada com as outras dificuldades descritas. Julgo importante a avaliação por pedopsiquiatria.
As alterações emocionais, como é o caso da depressão, estão muitas vezes relacionadas com questões de hiperatividade e défice de atenção, quer com aumento da irritabilidade e dificuldades em relacionar-se com crianças e adultos. Adicionalmente, quer a medicação utilizada para a tratar a epilepsia (bem como o seu desmame) quer as ausências em si, podem precipitar ou agravar este tipo de sintomatologia. Todas as questões que apontam podem condicionar a aprendizagem escolar. Dessa forma, parece-me fundamental que o seu filho seja avaliado em consulta de Pedopsiquiatria.
Quero salientar que é muito importante observar esta criança e sem a observação não há um diagnóstico correto.
Será feita em consulta de Pedopsiquiatria e provavelmente será necessário um trabalho conjunto com o neuropediatra que seguiu o menino .

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