Estou um bocado frustrado por tentar psicoterapia por um longo período (mais de um ano) para resolve

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Estou um bocado frustrado por tentar psicoterapia por um longo período (mais de um ano) para resolver um transtorno de ansiedade sem grandes resultados. E vejo muitos casos bem mais graves que o meu que tomam antidepressivos e ficam bem! Acho que já consegui os resultados esperados da psicoterapia, aceitar os sintomas, viver com eles, não tenho qualquer ataque ou fobia mas diversos sintomas continuam. E uma qualidade de vida muito pobre... Quero evitar medicamentos a todo custo devido aos efeitos secundários e sempre acreditei na psicoterapia mas começo a duvidar. Qual é na verdade os resultados que tem com os seus clientes? Sei que ansiedade é normal em certas situações sempre a tive em toda a minha vida mas desde que entrei em crise é disfuncional e constante... Só quero a minha vida de volta!
As manifestações de ansiedade podem decorrer de vários motivos, pelo que a sua cura poderá ter várias abordagens. No entanto, se a sua origem fo4rem causa emocionais, a medicação psiquiátrica, apesar de aliviar os sintomas poderá não resolver o problema de base. Pode e deve procurar uma abordagem mista que concilie medicação e psicoterapia.
Espero poder ajudar.
A ansiedade tem muitas vezes uma base emocional e cognitiva (padrão de pensamento que se repete). A hipnoterapia cognitiva é uma das ferramentas que tem vindo a ter muita eficácia, conjugada com a psicoterapia cognitivo-comportamental pois é feita de forma personalizada, de pessoa para pessoa adaptamos técnicas e intensidades consoante a necessidade. Ensinar a pessoa a baixar a sua própria ansiedade é algo crucial. Espero ter ajudado.
A ansiedade traduzida em ataques de pânico está normalmente associada a questões inconscientes perturbadoras, as quais acabam por se traduzir em sintomas, o quais causam, muitas vezes, grande sofrimento, condicionado a vida nas suas várias áreas: relacional, social e profissional. Ofereço uma abordagem psicoterapêutica psicanalítica, com base na relação estabelecida, cujo objectivo é transformar o que se encontra na origem da sua sintomatologia. São efetivamente processos mais longos, mas com resultados muito positivos no que diz respeito, sobretudo, à sua queixa: a sua qualidade de vida. De um modo geral esta abordagem psicoterapêutica promove a transformação e não a aceitação daquilo que, a meu ver, não é aceitável porque causa sofrimento. As crises de ansiedade são um sintoma que, sem dúvida alguma, deve ser tratado, de forma até a podermos retirar, a médio/ longo prazo, a medicação.
Aprender a lidar com os sintomas é uma parte muito importante do processo terapêutico no entanto é necessário mudar padrões de pensamento e comportamento que estejam a contribuir para as manifestações de ansiedade. A abordagem cognitivo comportamental conjuntamente com terapêutica farmacológica tem uma grande percentagem de sucessos nestas situações.
O ponto de partida é o reconhecimento do problema, depois análise do mesmo, causas, origem, diagnostico mais prognóstico, fármacos só para dar apoio ou para estabilizar, depois dependendo da situação ou terapia cognitivo- comportamental ou dinâmica.
A medicação pode ajudar a atenuar sintomas, mas na psicoterapia pode encontrar respostas e dar significado à ansiedade e ao porquê desta aparecer.
Talvez seja importante falar com seu psicoterapeuta sobre como se sente face ao processo terapêutico. Por vezes existem fases na terapia que nada parece acontecer, mas se isso for trabalhado pode ser ultrapassado e pode começar a ver progressos.
Espero ter ajudado.
"Querer a minha vida de volta" é algo que costumo ouvir com frequência... a ansiedade é como uma fratura exposta na alma de quem a vive. A verdade é que não está exposta e é vivida na grande maioria das vezes em silêncio e com grande sofrimento. Incapacita e impossibilita uma vida com qualidade. Não há receitas, mas a psicoterapia é fundamental. Pode demorar.
Existem diversas abordagens psicoterapêuticas e algumas mais indicadas para determinados tipos de patologias/sintomas. Actualmente as psicoterapias de nova geração, nomeadamente o E.M.D.R. e o Brainspotting permitem resultados eficazes em curto espaço de tempo, na situação que descreve. Se ainda não tentou uma abordagem deste tipo, penso que poderia ser uma boa solução.
A ansiedade é uma resposta positiva porque nos deixa alerta para algo que sentimos como ameaçador, mas por vezes sentimo-nos tão frágeis e pouco capazes que tudo parece tirar-nos a tranquilidade. É importante fazer, com ajuda especializada, um percurso de autoconhecimento para que possa perceber e reparar os aspectos que estão a comprometer o seu bem estar.
Todos somos únicos e não posso adiantar uma resposta mais específica sem conhecer a sua realidade.
O primeiro passo já deu: aceitar o problema e pedir ajuda para resolver o mesmo. Nesta fase, julgo que deve falar com o/a psicoterapeuta que o acompanha e fazer um balanço do trabalho feito até agora, dos avanços e recuos face às suas expetativas. A medicação só pontualmente ajuda, considero adequada apenas em casos muito graves e temporariamente, quando é necessária uma estabilização do comportamento para permitir agir de modo psicoterapêutico. Na possibilidade de mudar de psicólogo/a, deve clarificar bem o seu pedido neste momento: aprender e treinar estratégias para lidar com a ansiedade disfuncional que sente, prevenindo crises mais agudas, que o deixam com esse sentimento global de impotência e de vida perdida. Quando há um investimento regular e profundo do/a paciente com o processo e conseguimos estabelecer uma boa relação clínica, 8 a 10 consultas costumam ser suficientes para restabelecer algum equilíbrio. Disponha.
Desde logo, a 1ª coisa que me parece importante que perceba é que não tem de tratar a ansiedade, mas sim o que a despoleta! Ou seja, durante o período que fez psicoterapia ficou definido qual a problemática, ou o que é que fazia a ansiedade disparar? Isso é fundamental, porque não se trata, ou não se muda o que não se conhece.
Eu acredito que é possível ultrapassar os sintomas de ansiedade, temos obviamente que perceber qual é a sua personalidade, como você funciona, o que é que de alguma maneira ativou o “estado de ansiedade” mais agudos na sua vida. Uma coisa que temos de ter em consideração é: não tem que ter mesmo ansiedade nenhuma, sem haver razões para isso.
Duas situações distintas que é relevante mencionar: 1) se vivemos num território complicado, cheio de problemas, ter ansiedade é natural; 2) ter ansiedade, sem razões aparente para tal situação - porque esta ansiedade está dentro do nosso sistema nervoso – é dispensável para um dia a dia saudável.
E é neste caso que temos de trabalhar, uma parte do cérebro, que é o sistema límbico, tem de ser educado de forma a ler os sinais corretos e, só disparar o alarme, quando for mesmo para avisar de perigo, não em qualquer ideia vaga, mas perante situações concretas. Sim, porque a ansiedade é o resultado de uma leitura, por vezes exagerada, de um perigo identificado pelo nosso cérebro.
E se pensarmos por exemplo numa pessoa que sofre de perturbação hipocondríaca, quando tem uma borbulha pensa imediatamente no sinal de um potencial tumor, ora isto esta errado, e não podemos funcionar desta forma.
Se estivéssemos na Síria, a ansiedade é perfeitamente legitima, se tivermos numa situação complicada a ansiedade pode ser um sinal positivo que nos impele para uma reação- fight or die reaction - ou seja, ou atacamos o perigo ou fugimos dele.
Agora muitas vezes o que acontece é que a ansiedade começa a funcionar dentro do nosso cérebro, dispara quando sentimos os sinais somáticos dessa ansiedade - palpitações, o coração, dores no peito, preocupações exageradas – que acaba por ser um circuito negativo que se auto alimenta, depois estamos sempre a espera quando é que vamos estar ansiosos.
Eu acho que as vezes a medicação poderia funcionar como uma “moleta” mas não é nunca a solução do problema porque a ansiedade é produzida pelo nosso cérebro e o que nos fazemos muitas vezes com a medicação é inibir os sinais que vão da “fábrica” da ansiedade para a consciência. Podemos às vezes não ter noção de que estamos ansiosos porque bloqueamos isso através da medicação. O problema é que se tivermos a “fábrica” da ansiedade dentro do cérebro mais tarde ou mais cedo ela vai encontrar outros caminhos e vamos voltar a sentir essa mesma ansiedade. Portanto aqui há um trabalho cognitivo importante, porque no fundo é como se o nosso cérebro fosse um computador que está mal programado, temos que mudar os programas porque temos que perceber que a ansiedade, o medo, o pânico são sentimentos muito validos quando estão conectados com a realidade, ou seja, quando tem razão de existir. Mas podem por outro ser sentimentos prejudiciais ao nosso bem-estar psicológico quando já não estão conectados com a realidade, e ai as coisas tornam-se terrivelmente difíceis.
Reitero que acredito em 100% na hipótese de uma pessoa reverter estados de ansiedade, e para que tal aconteça, depende da psicoterapia, do psicólogo e depende do empenhamento do cliente porque este trabalho tem que ser levado muito a sério.
Este trabalho é no fundo mudar uma “linguagem” cerebral, é adequar em certo sentido estes sentimentos de ansiedade a realidade. O que acontece neste momento é que a ansiedade esta desfaçada da realidade. Num certo sentido é legítimo sentir-me ansioso na Síria mas não é legítimo ficar ansioso no Hawai.
Obrigada pela sua partilha. Parece-me importante seguir o seu primeiro instinto que foi privilegiar a intervenção psicoterapêutica ao invés da toma de medicação psiquiátrica, com todos os efeitos colaterais que implica e não resolvendo efectivamente a base da problemática.
Em psicoterapia, o motor para a mudança é a aliança terapêutica pelo que me parece importante partilhar (caso ainda não o tenha feito) a sua frustração com o psicólogo que o acompanha. Reflectir sobre os factores que poderão estar a bloquear uma melhoria adicional bem como sobre a função destas queixas ansiosas é fundamental. Por vezes, necessitamos de ferramentas terapêuticas complementares para alcançarmos melhores resultados. Abordagens como o EMDR e o Mindfulness poderão ser uma mais-valia no seu caso. Não existem soluções milagrosas, mas a psicoterapia é realmente eficaz. Caso contrário, não existiriam cada vez mais pessoas a procurar psicólogos clínicos após anos de medicação sem resultados efectivos e não se observariam tantas recomendações a nível internacional para que o apoio psicológico seja a intervenção de primeira linha em diversas problemáticas, recomendações baseadas em dados concretos. Mudar é um processo que despoleta ambivalências internas, algumas menos conscientes: uma parte de nós quer mudar e acredita que é possível; outra parte de nós resiste e perpetua padrões que nos mantêm na realidade desconfortável que conhecemos. Conquiste a sua vida de volta!
Acredito numa psicologia prática e lógica, onde é perfeitamente possível gerir bem a ansiedade, nos seus vários graus, incluindo ataques de pânico, desde que o psicólogo ensine ao cliente e eeste aprenda técnicas realmente eficazes e as aplique sistematicamente na sua vida, nomeadamente:
Respiração Abdominal e Relaxamentos, Exercício Regular saudável, Mini- paragens (5 a 10 minutos por dia de relaxamento durante o dia), Gestão do tempo (aprender a gerir o tempo e as prioridades das tarefas), Higiene do Sono (preparar correctamente as condições de sono e dormir as horas necessárias, etc) Procurar apoio social. Saber partilhar os problemas., Desenvolver uma boa comunicação com os outros, , fazer Actividades Recreativas (“borga”), saber ocupar o tempo com actividades prazeirosas, Alívio Emocional; gestão das emoções deixando-as “evaporar. Separar a vida profissional da pessoal. Aprender a abrandar e a desligar, Sentido de Humor- Habilidade de ver as coisas em perspectiva

Estratégias de Pensamento ( Cognitivas):
Pensamento Construtivo- Habilidade em gerir o pensamento negativo e irracional. Identificar e corrigir padrões de pensamento ilógico e aprender crenças mais lógicas e eficazes, Distração- Habilidade de se distrair de preocupações negativas, Reacção aos problemas, orientando-se para uma tarefa de cada vez (em vez de paralisar), Aceitação- habilidade de aceitar e lidar com erros e fracassos, em vez de auto- censurar, Tolerância à incerteza e ambiguidade- Habilidade para lidar com o desconhecido e incerto


Num quadro de transtorno de ansiedade, um ano de terapia não é muito. Segundo diz, tem melhorias muito significativas no que toca ao sintoma, estando agora livre de momentos de crise. Desejar ficar ainda melhor e enriquecer a sua qualidade de vida é um sinal de que o seu desespero sossegou e de que uma certa impaciência "criadora" se poderá instalar. Compreendo que procure fora de si repostas para as suas dúvidas e para a sua frustração, mas também sei que o seu compromisso consigo mesmo, apoiado e investido no contexto da sua relação terapêutica é insubstituível para a sua cura.
Nas situações de ansiedade, por norma os sintomas e a frequência com que ocorrem as crises tendem rapidamente a diminuir com as diversas técnicas cognitivo-comportamentais. E com os sintomas muito menos intensos, torna-se mais fácil perceber o que cria essa ansiedade e quais os pensamentos e situações gatilho. 1 ano de terapia para este processo não é muito, tendo em conta que muitos dos nossos pensamentos derivam de esquemas mentais muito enraizados. No entanto acredito que melhorar substancialmente a sua qualidade de vida, é possível. Também é essencial aceitar que apesar de todo esse conhecimento sobre si mesmo, vão existir algumas situações perfeitamente naturais que vão desencadear ansiedade, e aí o essencial é ter técnicas para gerir a situação.
Olá!
Espero que esteja bem.
Refere que está a mais de um ano a ser acompanhado, mas não referiu com que frequência é que tem apoio psicológico.
Os resultados para o tratamento do transtorno de ansiedade não surgem repentinamente, leva o seu tempo para se ver os resultados. Existem outros fatores que podem estar a influenciar o resultado esperado do tratamento que os psicólogos não podem controlar:
se tem estado/esteve empenhado em realizar fora das sessões o que foi recomendado pelo psicólogo;
se tem cuidado de si conforme recomendado;
se tem/tinha sessões semanais;
se foram identificados os gatilhos da ansiedade que sente:
se utiliza as técnicas aprendidas em sessão para o seu caso, com a frequência recomendada…
Refere que continua com “uma qualidade de vida muito pobre”, tenta refletir sobre o exposto acima.
Com ou sem a medicação, faz-se necessária a participação ativa do cliente no processo da mudança.
Não há uma duração específica para o tratamento da ansiedade, e é variável de pessoa para pessoa.
A eficácia e a duração do tratamento da ansiedade podem, também, depender da abordagem terapêutica utilizada, tais como, a psicanalítica, a humanista, a cognitiva, a comportamental, a psicodinâmica, a analítica, cognitivo-comportamental, a gestalt terapia, e muitas outras.
Se com a atual abordagem terapêutica não está a atingir os resultados desejados, então é muito importante que exponha, honestamente, ao seu terapeuta, as suas preocupações e a sua frustração relativamente a isso.
Uma eventual mudança de estratégia pode fazer toda a diferença.
O espaço terapêutico é seu. Pode e deve colocar estas questões ao seu psicólogo.
Poderá, também, ponderar a possibilidade de mudar de terapeuta.
Espero ter ajudado.
Cuide de si.
Um abraço!

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