Doença de Alzheimer

6 respostas
Boa tarde
Gostaria de saber o que fazer com uma senhora com doença de Alzheimer, com ataques de heteroagressividade e raiva para com os familiares, alucinações e delírios e recusa na toma de medicação?
Sendo que a última opção seria mesmo o internamento/ institucionalizaçao da mesma?
Bom dia, a avaliação de cada caso é importante, de forma a compreender o impacto da doença na pessoa e sua família e elaboração de um plano com estratégias em conjunto. Este processo é frequentemente envolvido em conflito por vezes a pessoa tem períodos de consciência do que se passa com ela e apresenta revolta ou angustia e torna-se difícil para os familiares compreender todas estas alterações. A medicação é importante e por vezes é necessário o internamento mesmo que temporário para ajuste terapêutico e controlo sintomático. Em casa também podem ser ajustadas intervenções nomeadamente na área da estimulação sensorial com estímulos agradáveis para a pessoa criando um ambiente agradável e relaxante assim como a reabilitação cognitiva.
Boa tarde, a questão que coloca é muito frequentemente colocada pelos familiares de doentes com demência. Há que compreender qual o diagnóstico e a fase da doença pois as estratégias mudam consoante a fase e também o contexto especifico em que surgem as maiores dificuldades dos familiares.
Sou da opinião de adiar a institucionalização o mais possível pelo facto de tal acelerar o processo demencial, havendo até estudos que demonstram uma eventual diminuição da sobrevida nestas situações.
No entanto é absolutamente essencial gerir as alterações de comportamento de forma aos familiares poderem manter o seu papel de cuidadores. Quando há recusa de tomar a medicação deverá ser instituído um plano terapêutico com medicação sob a forma de gotas ou solução oral que facilitam a administração das mesmas e em geral permitem uma estabilização do doente.
As alterações do plano terapêutico devem sempre ser sujeitas a uma avaliação médica prévia.
Boa tarde, subscrevo o que foi dito no comentário acima, e sugiro ainda que se informe junto do médico da sua familiar sobre a existência de grupos de apoio para cuidadores de pessoas com demência. Estes grupos permitem o suporte emocional e a troca de experiências entre familiares e cuidadores, e vários estudos comprovam que têm efeitos positivos no bem-estar dos cuidadores e promovem a adoção de dinâmicas familiares mais positivas e ajustadas. Cumprimentos,
Manuela Cameirão
Bom dia,

Efectivamente e como foi saliente acima e muito bem pela colega, deverá procurar um médico especializado de modo a prescrever uma terapêutica em forma de solução oral (gotas) para controlar num primeiro momento sintomatologia psicopatológica de dimensão alucinogénica como alucinações e delirios bem como sinais e sintomas de agressividade/alterações de humor.

Segundo a minha experiência de contacto com utentes com este diagnóstico em instituição, não existem efectivamente instituições (salvo excepções) desenhadas para este tipo de demências. Possivelmente a Alzheimer Portugal poderá ajudar a indicar estratégias e grupos de suporte formais/informais para este tipo de utentes.

Efectivar redes de apoio de suporte psicossocial é fundamental para todos os envolvidos pois deste modo, potenciam-se competências necessárias para uma doença que requer uma abordagem sistémica (global). Segundo a minha experiência, um Centro de Dia que tenha qualidade a vários níveis, poderá ser uma solução (parcial) para o seu familiar estar inserido num contexto facilitador e se possivel estimulante durante umas horas do dia, sem sentir o peso de internamentos ou institucionalização permanente.

Parabéns pela sua iniciativa.
Com os melhores cumprimentos,
Boa tarde, subscrevo o que foi dito nos comentários anteriores, realço a importância dos cuidadores procurem um grupo de apoio, para os familiares/cuidadores pois adquirirem as competências e estratégias necessárias para lidar com a doença, troca de experiências, apoio emocional. Um centro de dia que façam estimulação cognitiva com os idosos seria de enorme importância para a senhora.
Boa tarde, na minha experiência de Psicóloga que trabalha ao domicílio junto de seniores com demência, em primeiro lugar é importante avaliar e apurar o diagnóstico de doença de Alzheimer e o estado em que a demência se encontra (particularmente ter em atenção o tipo de alucinações e a heteroagressividade). Compreendendo o diagnóstico é possível trabalhar em antecipação e tentar perceber o que instiga os comportamentos instáveis e também quais as estratégias mais eficazes de comunicação com a senhora. Sou totalmente de acordo com o que disse a Dra. Ana Silva Pinto relativamente à terapêutica, só tenho a acrescentar que geralmente as mudanças de terapêutica requerem um período de adaptação antes de estabilizar. Logo, se a nova terapêutica não fizer o efeito desejado de imediato dê tempo. O Neurologista/Psiquiatra poderão explicar-lhe isso melhor se/quando fizerem os ajustes na terapêutica. Não sou apologista da instituição, particularmente em fases de desorientação, visto que a adaptação será mais difícil. A integração num Centro de Dia pode ser favorável no sentido de criar rotinas. Mas tenha em atenção que se a senhora padece da síndrome do Por-do-sol (agitação maior no período da noite), característica em pessoas com síndrome demencial, a integração no Centro de Dia pode cansá-la mas não lhe irá erradicar por completo os comportamentos desviantes descritos por si, neste período da noite. Sugiro também que identifique atividades de ocupação do tempo ócio (podem ser muito simples, de acordo com o que a senhora consegue fazer) e de estimulação/treino cognitivos.

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