Boa tarde :) Nao sei se preciso de ajuda, mas preciso de alguem com quem falar. Emigrei ha 2 ano

3 respostas
Boa tarde :)
Nao sei se preciso de ajuda, mas preciso de alguem com quem falar.

Emigrei ha 2 anos e meio, completamente sozinha, num pais que nao entendo nada.

Tenho 30 anos, tenho me safado, mas ...

Gostava mesmo de conseguir entender tudo na minha vida, resolver traumas, quebrar rotinas e vicios, entender o meu preposito na vida, qual o meu caminho, o porquê de ser tao ambiciosa.

Sei que é normal isto na vida. Altos e baixos, por mais baixo que estive na vida consegui sempre votlar a cima, sinto que preciso de falar as vezes com alguem, que aqui jao confio em ninguem, mas por outro lado depois passa e nao sei se vale a pena, porque os meus problemas nao sao assim tao graves comparados com outras pessoas.

Tive algumas crises de ansiedade e depressao na adolescencia, sempre me recusei a fazer a medicacao, aos 15/16 comecei a fumar thc, o que me fazia dormir e acalmava, ate hoje.. ano passado deixei de fumar, mas no fim do ano voltei, porque nao consigo dormir, tenho muitas insonias e pesadelos e pronto, tenho que dormir e trabalhar...

Milhoes de coisas, tenho medo de ficar maluca também.

E pronto, nao tenho NINGUEM a minha volta que saiba mais ou faça mais ou me ensine mais que eu ja saiba e nao sei que fazer entretanto.

Espero me identificar com algum Dr nos comentarios.

Muito obrigada pelo tempo disponibilizado
 Mariana Coelho
Psicólogo
Maia
Olá! Traz questões que são muito válidas! Querer conhecer-se e entender-se melhor é muito positivo apesar do sofrimento associado. Há padrões de comportamento que podem ser melhorados! Acho que ia beneficiar de um processo terapêutico!
Boa tarde. A psicoterapia pode ajudá-la a encontrar as respostas que procura, a eliminar as insónias e a diminuir a ansiedade e os medos. Procure ajuda na sua área de residência (as consultas presenciais são mais eficazes), vai ver que a sua vida torna-se melhor. Desejo-lhe as maiores felicidades. Cumprimentos José Armindo
Dra. Beatriz Lourenço
Psicólogo
Porto
Boa tarde. Primeiro, quero agradecer por partilhar tudo isto – percebo o quanto pode ser difícil abrir-se desta forma, especialmente estando longe de casa e sem redes de apoio.

Li a sua mensagem e, mais do que uma psicóloga, senti-me como alguém que reconhece muito do que descreve. Sai sozinha de um meio pequeno aos 18 anos para uma cidade grande onde não conhecia ninguém e, tal como refere, fui aprendendo a nadar contra a corrente...

Há algo que me salta aos olhos na sua história: a sua resiliência. Mesmo nos momentos mais escuros – as insónias, os pesadelos, a ansiedade que insiste em voltar –, seguiu em frente. Trabalhou, construiu uma vida num país desconhecido, enfrentou medos. Isso não é "apenas sobreviver"; é uma força tremenda.

Mas há um detalhe que me preocupa: diz que "os seus problemas não são assim tão graves comparados com outros". Como psicóloga, digo-lhe: a dor não é uma competição. O facto de haver quem sofra "mais" não invalida o seu cansaço, a sua solidão ou a sua necessidade de apoio. Às vezes, são justamente as pessoas mais fortes que mais precisam de permissão para dizer: "Isto é pesado para mim".

Sobre o THC e as insónias: entendo perfeitamente o alívio que isso traz – o sono é uma necessidade básica, e fez o que precisava para descansar. Mas também sei que é uma solução que pode trazer outras armadilhas. Já explorou alternativas? Técnicas de relaxamento, rotinas noturnas, ou até uma avaliação médica para as insónias? (Às vezes, o corpo reage ao stress acumulado de anos, e merece ser escutado.)

Quanto à sensação de "não ter ninguém que o entenda ou ensine algo novo": isso é muito comum em quem emigra, mas também em pessoas que são autodidatas e persistentes (como é o seu caso). O risco é ficarmos presos numa bolha onde tudo o que ouvimos são as nossas próprias respostas. Talvez valha a pena procurar um espaço terapêutico – não porque esteja "maluca" (longe disso!), mas porque todos precisamos de um lugar onde as perguntas possam ser feitas sem julgamento, e as respostas construídas a duas vozes.

Por fim, essa ambição que a move... Será que tem medo de parar? Medo de que, se desacelerar, tudo desmorone? Ou será um motor genuíno, que só precisa de ser direcionado? São questões que podemos explorar, se quiser.

Por hoje, deixo-lhe isto: o facto de sempre ter conseguido levantar-se não significa que deva cair sozinho. Às vezes, a coragem está em partilhar o peso.

E, se permitir um pequeno exercício: hoje, antes de dormir, experimente escrever numa folha:
"Hoje, aceito que ______ foi difícil. E está tudo bem."

(Até pode deitá-la fora depois – o importante é o gesto de reconhecer, em voz alta, que os seus desafios são válidos.)

Um abraço seguro,
Beatriz Lourenço

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