Boa noite Fui diagnosticado com Perturbação Obsessiva Compulsiva [com espectro de fobia de impulso]

2 respostas
Boa noite

Fui diagnosticado com Perturbação Obsessiva Compulsiva [com espectro de fobia de impulso]. Embora este quadro tenha sido esclarecido, muito recentemente, já utilizo, desde 2013, Escitalopram e Alprazolan [0.25 mg-de manhã e 0.5mg-de noite], para o tratamento de ansiedade e episódios depressivos. Quanto ao uso do Escitalopram, a dosagem tem sido frequentemente trocada: experimentei 40mg, que me deixavam entorpecido, para depois 20 mg e, no ano anterior 10 mg. Dado a uma recente crise, procurei novas opinões que, em uníssono, aumentaram a dose para os 20 mg. Este aumento está a ser efetuado há sete dias, e apresento efeitos colaterais como sudorese excessiva, palpitações e humor deprimido. Gostaria de saber o seguinte:
1) É normal sentir estes efeitos, sendo eu consumidor deste medicamento há algum tempo, pelo aumento da dosagem? Se sim, quanto tempo devo de esperar para sentir melhorias?

2) A médica psiquiatra prescreveu-me Socian 50 mg, durante 20 dias. No entanto; pelo que li é um antipsicótico, do qual me assustei. Gostaria de conhecer melhor sobre este medicamento, e saber se há interferência com o alprazolam, que tomo ao pequeno-almoço?



Peço, desde já, desculpas por este longo desabafo. Obrigado.
Boa tarde.
Iniciou o tratamento farmacológico em 2013, há seis anos quando é que termina o tratamento? Qual é a eficácia do tratamento? É o mais indicado? Se parar com a toma dos fármacos os sintomas regressam? Só para exemplificar, uma perturbação de ansiedade generalizada ou uma fobia de um quadro moderado/severo, em média carece entre 14 a 22 sessões de psicoterapia com recurso ao modelo de intervenção terapêutica cognitivo comportamental. Modelo de intervenção validado cientificamente e recomendado pelas guidelines nacionais e internacionais. Este tipo de intervenção psicoterapeutica pode ser concomitante com intervenção psiquiátrica (farmacológica) se assim se justificar, sendo que esta intervém apenas sobre a sintomatologia fisiológica. Por exemplo se alguém tiver uma fobia específica a elevadores sempre que se aproximar de um ou antecipar ter que usar um elevador emerge sintomatologia fisiológica ansiógénica se tomar um ansiólitico ou se tiver a tomar de forma regular a sintomatologia torna-se residual, e a fobia? O medo que tem e os pensamentos associados, que s\ao o que provocam essa sintomatologia desaparecem? Se estamos a tomar fármacos para determinada patologia ao fim de seis anos é porque é crónica ou está a ser contida portanto sem de facto resolver o problema.
As melhoras
Olá bom dia.
A Perturbação Obsessiva Compulsiva é um quadro muito comum nos dias de hoje. Lendo estudos científicos recentes sobre a matéria, há uma relação entre este fenómeno e o stress diário a que as pessoas estão expostas, seja pela vertente profissional ou pela pessoal. É inquestionável que o equilíbrio químico farmacológico é essencial, não vale a pena negar as evidencias. Ajuda a manter a ansiedade minimamente controlada com efeitos imediatos sobre o impulso. Independentemente do tempo a que se expõe ao tratamento psiquiátrico creio que é altura de dominar a sua condição e para isso há que perceber quais os botões que despertam o problema.
Marque uma consulta de psicologia cognitiva-comportamental para aprender a viver com o seu problema mas de uma forma diferente, uma forma em que consegue criar mecanismos de controle do stress, das emoções e da ansiedade. Veremos se com o tempo poderá reduzir a medicação a valores residuais.
Seja presencial ou à distancia estou ao seu dispor,
Atentamente
MJP

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