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Dos profissionais mais fantásticos que conheci. Necessito para alguém próximo do contacto do Dr. Bernardino que estou certo ser dos poucos que poderá ajudar

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10 dúvidas de pacientes solucionadas na Doctoralia

Fazia tratamento com a sertralina por um 1 ano e meio devido crises de ansiedade, no primeiro mês tive efeitos colaterais e agora, com o desmame orientado pela minha médica estou há dias sentindo uma espécie de vertigem, uma sensação estranha no corpo, quanto tempo esses sintomas somem depois que para de tomar o remédio???

Os efeitos colaterais no início de um tratamento com um SSRI como a Sertralina pode significar que no seu estado existia à partida um aumento relativo de recetores serotoninérgicos para compensar. Antes do reequilíbrio ocorrer (cerca de 2 semanas), este aumento foi responsável pelos ef. colaterais iniciais. Não sei que dosagem fez nem como iniciou a redução da Sertralina mas o aparecimento dos sintomas indica que o reequilíbrio não se solidificou. Assim sendo, várias respostas possíveis se podem dar: 1. pode esperar cerca de 15 a 30 dias após suspensão para verificar se sintomas reduziram (reorganização dos recetores na ausência total do fármaco); 2. o tratamento poderá ter sido superficial e a recaída poderá vir a suceder. Terá que falar com o seu médico e poderá então: a) retomar a mesma medicação até os sintomas desaparecerem, podendo subir a dosagem durante cerca de 6 meses e só depois iniciar uma redução lenta (1a 2 meses); b) utilizar por período limitado (cerca de 1 a 2 semanas) uma BZD com ação somática em dosagem média-baixa e iniciar redução progressiva; 3. utilizar molécula ansiolítica dopaminérgica como o amisulprida 50 (caso não tenha tido experiência prévia negativa com molécula ) durante 20 a 30 dias associada a uma bzd (em dosagem baixa). Seja como for o seu médico terá de o orientar.

Dr. Bernardino Rocha

Boa tarde. Foi-me prescrita Desvenlafaxina na dose mais baixa. 1. Qual a diferença entre Desvenlafaxina e Venlafaxina? 2. Por que razão só foi comercializado agora em Portugal? 3. Como é que atua na dose mínima? 4. E quais são os efeitos secundários ? 5. É adequado para quem NÃO tem depressão major mas está a atravessar um período de ansiedade somatizada?

Bom dia.

As questões que nos coloca devem ser esclarecidas junto do médico prescritor antes de iniciar o tratamento.
De qualquer forma transmitirei alguma informação que solicita.

1. A desvenlafaxina é o princípio ativo da venlafaxina. Quer isto dizer que a ação da venlafaxina depende da conversão metabólica na desvenlafaxina.

2. A primeira vantagem: a venlafaxina é mais eficaz porque os níveis séricos da venlafaxina são mais imprevisíveis do que os da desvenlafaxina. Se o utente estiver a tomar outra medicação que seja igualmente metabolizada pela mesma enzima que converte a venlafaxina na desvenlafaxina os níveis séricos da molécula ativa são mais baixos. Outra vantagem relacionada com a metabolizaçào é que a desvenlafaxina interfere menos com outros medicamentos que o utente faça.

3. Ambas moléculas aumentam a serotonina e a noradrenalina mas a desvenlafaxina aumenta mais a noradrenalina que é mais ativadora, tem mais efeitos nas alterações vasomotoras e insónia da menopausa e talvez na dor.
As depressões com sintomas somáticos ou os sintomas somáticos sem depressão manifesta, habitual nos transtornos somatoformes, onde o fundo depressivo é larvar (escondido), respondem melhor à noradrenalina do que à serotonina.

4. Pelas razões atrás referidas as doses de desvenlafaxina eficazes são bem menores do que as da venlafaxina (50 mg ou no máximo 100). Por questões de adaptação à molécula há quem inicie o tratamento com 25 e suba ulteriormente para 50. Faz-se o mesmo na redução.

5. Efeitos colaterais similares à venlafaxina: náuseas, aumento da tensão arterial, tremor, obstipação ou dificuldade em iniciar a micção. Pode aumentar o tempo de hemorragia se estiver a fazer medicação com este efeito (aspirina). Não se deve administrar no glaucoma de ângulo fechado.

Consulte a bula se tiver efeito colateral (não antes) e consulte o médico que prescreveu.
As melhoras!

Dr. Bernardino Rocha
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